Atualmente, o Brasil vive um emaranhado de discussões políticas e jurídicas que envolve do mais alto cargo da República ao mais simples da iniciativa privada. Isso é bom ou ruim?
A discussão é algo que não se pode deixar de lado, afinal, é por meio dela que se consegue ajustar as coisas, os programas, o nosso dia a dia. Entretanto, não é isto que as discussões atuais retratam, pelo contrário, descrevem um dos maiores casos de corrupção do país, em detrimento das necessidades do povo. Bom mesmo seria se isso não tivesse acontecendo, ou melhor, que não houvesse corrupção.
- "Ah, mas a corrupção vem de tempos remotos, não nasceu agora, vem desde os primórdios!".
- É verdade, não podemos fechar os olhos para o que acontecera no passado, a corrupção sempre existiu. Porém, não se pode utilizar essa justificativa para legitimar as condutas ilícitas atuais.
- É verdade, não podemos fechar os olhos para o que acontecera no passado, a corrupção sempre existiu. Porém, não se pode utilizar essa justificativa para legitimar as condutas ilícitas atuais.
O problema é que a maioria dos políticos e gestores públicos se acostumaram com o fator "quero mais". O sinônimo de coisa pública, para eles, tem uma roupagem diferente, "coisa do povo" é coisa de ninguém, coisa que se pode sempre "pegar' mais um pouco, ou a maior parte, ou até tudo.
O próprio povo foi quem os inseriu na vida pública, e quem os remunera - através do suado pagamento de impostos - mas eles, na sua maioria, não se contentam com o que recebem e, diante de grandes cifras públicas, iniciam um trabalho paralelo, um meio de atuar, denominado "corrupção", para, ilicitamente, se locupletarem (enriquecerem). Esse trabalho paralelo concorre diretamente com a função que lhes foi conferida, que é o trabalho digno de representar a coletividade.
Esse concurso entre trabalho e corrupção adoece e deixa em estado quase terminal, a saúde, a educação, a economia, a segurança, entre tantos outros direitos e políticas públicas previstos na Constituição e necessários à vida dos brasileiros.
É triste, mas, infelizmente, assim é o nosso país!
Sobre o autor: Luciano Miranda é servidor público, bacharel em Direito e pós-graduando em Direito Penal e Processo Penal.
